quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Desconcentração Industrial - Região Sudeste

Desconcentração Industrial Brasileira da Região Sudeste 

A indústria brasileira tem passado por um forte processo de modernização e desconcentração espacial nos últimos anos. A guerra fiscal entre as várias unidades da Federação, os salários mais baixos nas regiões menos desenvolvidas, a proximidade de fontes de matérias-primas, o nível da infraestrutura local e o desenvolvimento do Mercosul têm provocado o deslocamento da indústria em direção a diferentes regiões. Alguns estados e regiões têm se destacado, beneficiando-se do processo de descentralização industrial. Enquanto o emprego se reduz na maior parte do País, estados como o Paraná, o Ceará e aqueles localizados na Região Centro-Oeste mostram um grande dinamismo, recebendo novas empresas industriais e apresentando forte crescimento do emprego. Em termos agregados, a Região Sul tem sido a principal beneficiária, aumentando sua participação nos mais diversos segmentos industriais.A partir da análise dos dados da Relação Anual de Informações Sociais(RAIS), o artigo estuda os principais movimentos do emprego (e do salário) industrial ao longo da década de noventa, procurando determinar suas principais características. Neste sentido, é desenvolvido um índice baseado no nível de rendimento e escolaridade dos trabalhadores, além da importância do emprego nas profissões técnicas e científicas, que permite diferenciar a indústria localizada nas diversas regiões do País.
A partir dos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), para o período 1989/97, procura-se verificar os principais movimentos do emprego industrial no país durante a década de 90. São observadas importantes transformações, apontando para o crescimento da indústria no interior dos estados e queda nas capitais e nas regiões metropolitanas. Por outro lado, enquanto o emprego industrial cai nos estados do eixo Sul-Sudeste, há aumento em vários estados do restante do país, especialmente na região Centro-Oeste. Foram destacadas 155 microrregiões com mais de 5 mil empregos industriais, observando-se a multiplicação de pequenas aglomerações nas mais distintas regiões do país. Ao mesmo tempo em que o emprego foi reduzido na maior parte das grandes aglomerações, naquelas de pequenos e médios portes houve grande incidência de crescimento da mão-de-obra empregada na indústria. Observou-se ainda o comportamento dos salários, verificando-se que o crescimento do emprego tende a ocorrer nas microrregiões onde os salários são mais baixos, respaldando a hipótese de que as empresas estão buscando regiões com menores salários, enquanto vantagem competitiva na decisão dos novos locais de produção. Apesar disso, há evidências de que os trabalhadores dessas regiões se beneficiaram com maiores crescimentos salariais durante a década. Finalmente, foi investigada a estrutura industrial das 155 microrregiões pesquisadas, notando-se situações bastante diferenciadas em termos de concentração e diversificação. Há indícios de que o maior crescimento do emprego ocorre com mais frequência nas regiões onde a indústria é menos diversificada. O artigo sugere, portanto, uma possível mudança no padrão locacional da indústria brasileira, onde aumentaria a importância do interior dos principais estados industrializados e de alguns estados fora do eixo Sul-Sudeste. Por outro lado, estariam surgindo novas aglomerações industriais de pequeno porte nas mais distintas regiões do país, caracterizadas por baixos salários e pequeno nível de diversificação industrial. Uma posição definitiva sobre tais mudanças, entretanto, depende de um acompanhamento da evolução da indústria nos próximos anos e de novos estudos aprofundando o tema.

Fonte:  http://wikigeo.pbworks.com/w/page/36435230/Desconcentra%C3%A7%C3%A3o%20Industrial%20Brasileira%20da%20Regi%C3%A3o%20Sudeste

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